Cristiane Sita

Eu não paro quase nunca e se eu parar, não queira me mover.
Sou de extremos estranhos e muitas palavras, mas me calo, sem data pra tagarelar de novo.
Tenho lealdade canina para com os amigos e cachorros. Amo além do que devia, criança, bicho, gente.
Meus limites, não os vejo, a menos que olhe bem lá pra trás e eles me acenem pra eu localizar.
Rio de mim mesma em qualquer situação: comendo pãozinho da Panificadora Cramulhão ou No Boteco de Zeus comendo néctar dos deuses. Posso te garantir, já frequentei ambos lugares com assustadora igualdade. Choro comovida por coisas que você pode não crer. Esta sensibilidade vai te irritar. Ou te confundir.
Amo a solidão tutelada. Ou seja, quando eu a quero.
Minha vida tem trilha sonora e ela é eclética.
Sou amiga do João Gilberto ou da Ximbica. Do mendigo ao presidente. Não julgo aparências, mas você vai achar que sim, porque eu sigo uma tal de intuição. A minha é forte, já tentei o divórcio, mas ela é grudenta.
Desenho, pinto, toco, grito, escrevo, faxino, cozinho, mas não consigo costurar.
Tenho medo de apagão e de passar fome. Não tenho medo do amor e nem da dor. Não suporto sofrimento alheio.
Tenho preguiça de gente prolixa. Ultra compreensiva, mas quando eu não compreender, me ame mais: não tenho estrutura pra entender algumas coisas, embora seja arquiteta.
Viciada em cigarro, celular, redes sociais e seriados americanos.
Minha ídola é minha avó e minha mãe. Meu ídolo é meu sobrinho de dois anos. Meu amuleto da sorte é minha cachorra Chanel. Não quero ser ninguém quando eu crescer. Eu já cresci. O que sobrou foi esta aqui. "Pick me. Choose me. Love me."*

* Meredith Grey em Grey's Anatomy